Ando por aí sem olhar as pessoas. Só me concentro nos versos. Só vejo os amores. As flores estão sendo geradas nesse momento pré-primavera. E eu me pergunto o que estou criando aqui dentro do meu peito. Os prédios quase arranham os céus tamanha grandiosidade. Também me pergunto se serei assim grande um dia. No peito sinto um pulsar ritmado, que se acelera subitamente e de repente, se acalma e tudo se ajeita. Não o compreendo. Caminho devagar e vejo um homem sentado no chão, com a mão estendida, à espera que alguém dê dinheiro a ele. Questiono se realmente há um motivo para ele estar ali. Prossigo em meu curso, e sinto-me invadida pelo ar fresco de inverno que sopra e carrega pra longe o que a gente quer depositar para além de nós. Como se abríssemos o baú que carregamos conosco e deixássemos os conteúdos fluírem, fugirem para além dali. Sinto um alívio profundo e tão grandioso que não percebo que meus pés queimam sobre o asfalto escaldante.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
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7 comentários:
nossa, adoreeeeei!
Uma leveza que faz fluir a visão poética sobre o mundo, e deixamo-nos levar por essa plenitude que apesar de leveza nos possibilita ver todos tipos de situações não apenas as mais belas, mas aquelas que afligem a sociedade. E num ritmo desconcertado, como você colocou o vento, inesperadamente sopra pra longe os desassossegos e tudo volta ao calmo fluir.
Bela exposição de estado de alma no seu post (:
Beijos, te espero no meu .
Todos nos somos grandes maiores até que esses prédios que quase tocam o céu.
Gosto muito das coisas que escreve :]
Tão sutil e marcante. Essas dúvidas, o sentir de não ligar e simplesmente seguir.
Parabéns!
Você escreve tão bem Silva *.*
gostei viu?
Beijos
De certa forma, os versos e amores são as pessoas, então você também está vendo as pessoas... lindo, aplausos!
A leveza que nos faz esquecer a dor. Gosto disso. Acho que sinto o mesmo, ultimamente.
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