Foi assim de mansinho, você chegou devagar. Sabia que tinha um espaço em meu peito. Mas sabia também que devia lutar. Eu realmente era assim, difícil, pode-se dizer. E sou até hoje, não é? Mas naquela época era tudo diferente. Não haviam preocupações maiores que as notas da escola e os motivos de raiva extrema só diziam respeito às proibições dos pais. Me sentia leve com uma pluma, em contraposição ao peso da minha conta telefônica. Todos os minutos do meu dia eram poucos para dedicar a você.
O tempo passou e a idade cresceu. Pouco importavam as notas, elas já eram consequências nesse tempo de faculdade. Dias e madrugas dedicadas a projetos e estágios, um abismo de tempo entre a gente. Novos questionamentos, novas situações. Mas o amor que batia dentro do peito persistiu. Não só isso, como também aumentou.
Novos rumos na vida, novas dificuldades. Mas ainda parece que tenho 16 anos. Quando estou entre os seus braços sinto-me protegida por uma fortaleza. Sinto ainda borboletas voando em meu estômago. Parece que o mundo é mais colorido com você.
Por mais que eu não tenha vivido uma paixão arrebatadora que me pusesse chorando madrugadas inteiras por você não olhar pra mim, sei o mal que a sua falta faz. Sei dar valor mesmo sem ter sabido como seria perdê-lo por um segundo sequer.
Hoje pensei em desistir de você. Não em tirá-lo da minha vida, mas desistir de fazer o que vinha pretendendo. Não consegui. E não o fiz porque eu percebi que o amor vai além do querer, além do buscar, além de um simples prazer e vai muito mais além do que dizer sobre amar.
É, acho que final e verdadeiramente descobri o significado do verbo “amar”. Mas não me importo se ainda não houver conseguido, porque eu quero, daqui pra a frente, me certificar ou redescobrir isso ao seu lado.
Amo você!