Ele estava sentindo o gosto do sangue em sua boca. E tinha a sensação que chão havia sido sugado de debaixo dos seus pés. Pela primeira vez se sentira desamparado mesmo tendo passado 30 difíceis anos de vida.
Saía de casa para se exercitar. Surpresa. Antes que pudesse fechar o portão, sentiu algo frio em uma de suas têmporas. Imóvel, não conseguiu reagir. Ouviu logo que deveria obedecer, tirar tudo dos bolsos se não quisesse tomar tiro. Assim o fez. À essa altura, o suor brotava por todo o seu corpo e permitia que o revólver deslizasse livremente sobre a sua pele. Devagar, foi tirando o que podia, celular, óculos, carteira, aliança. O bandido proferiu-lhe um soco na boca, o empurrou para dentro e fechou o portão. Ele não resistiu à força imposta e caiu.
Aquilo era o preço que pagava por ser um cidadão correto, que pagava os seus impostos. Ah, mas claro, faltava o prêmio por ser assim tão exemplar. Tinham outros que não o eram. E era isso que ganhava, a impunidade, a beleza de perder, dentro da sua própria casa, o que havia conquistado com o próprio suor.
3 comentários:
Muito realista o seu texto, se expressou muito bem! E infelizmente, é essa a realidade que muitos vivenciam.
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nussa bem realista,
trste q isso aconteça um monte d vezes por dia tdo dia
EU já senti o gosto na boca. Num acidente...
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