Carolina bailarina
Tão suave dançarinaDe gestos majestosos
E olhar complacente
Nem parece o que apresenta
Mas finge, representa
É reflexo dos outros
E destes é refém
Se mostra como forte, bela e esguia
Mas se cansa de viver rodando
Como disco velho em barbearia
E ela roda, e roda, e roda
Mas ela tem classe, não roda
Circula
Faz círculos, de amigos, de famílias e companhias
Mas na verdade ela roda, ela poda
Sem graça
E sem alegria
Seus círculos são soltos
Desfazem-se os vínculos
E ela roda, e cai
Sozinha, busca uma casa
Uma lar, um abrigo
Ganha os palcos aos poucos
Mas é um amigo infiel
Ele cobra
Ela se desdobra
E no final
não vence ninguém
ela se vai, se esvai
perde a força, o viço,
o amor, o capricho
ela se perde de si.
E se torna uma estranha
Num lugar obscuro
Num escuro sem fim
A plateia sai porta afora
As luzes se apagam
O palco se esvazia
E por fim ela se vê
Não se reconhece
Não há encaixe
Uma alma pequena num corpo de imensidão
Não há.
Não há.
Não há.
Não há nada que a preencha
Que a complete
Que a entenda
E na imensidão do espaço
Solta no vazio
Sente na pele a brisa fria que sopra
No peito, um vazio oco
Que falta...
Falta alguém
Falta amor
Falta alguma coisa
Que seja!
Não há mais tempo a perder.
Embora nunca tenha tido.
Sozinha, sentada num canto
Ela pensa, ela sente
Ela luta
Mas
De repente
Cai uma lágrima.
4 comentários:
REALMETE, VC VE O MUNDO DIFERENTE.
NEM TODA BAILARINA E LIVRE EM SEUS SALTOS.
ADOREI!
aaah quando o amor falta...
nem a bailarina escapa.
liindo o post
beijo
Eu admiro quem escreve poesias. As vezes eu tento tb, mas nem sempre vem a inspiração. Lindo poema, me vi em alguns trechos da sua bailarina;) grande beijo
AAAAAAAAA que lindo *--------*
a baaalleeeeeeeeeeeet *-------*
enfim gostei U.U
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